Marcelo da Silva Vieira
Marcelo da Silva Vieira, então chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), entregou voluntariamente à Polícia Federal (PF) as conversas com o tenente-coronel Mauro Cid.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, teria tentado alterar a data de um ofício para recuperar joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita à administração anterior do Palácio do Planalto.
Em uma troca de mensagens com Marcelo da Silva Vieira, então chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), Cid solicitou a incorporação dos bens retidos pela Receita Federal, afirmando que eles haviam sido encaminhados ao Estado brasileiro.
Vieira questionou se o assunto já havia sido resolvido, mencionando que as joias destinadas ao Estado deveriam ser tratadas com a Secretaria de Administração.
Cid respondeu prontamente, dizendo que a questão estava solucionada.
A conversa foi entregue voluntariamente por Vieira à Polícia Federal.
Vieira trabalhava no setor de arquivos e documentos do patrimônio da Presidência desde a gestão de Michel Temer e foi exonerado no início deste ano.
A Polícia Federal realizou buscas na casa de Marcelo da Silva Vieira, no Rio de Janeiro, no âmbito de um inquérito policial aberto pela PF de São Paulo.
Isso ocorreu após a Arábia Saudita ter presenteado o governo brasileiro e Jair Bolsonaro com três pacotes contendo joias durante o mandato presidencial entre 2019 e 2022.
Segundo a defesa de Bolsonaro, as joias foram registradas e incluídas no acervo da Presidência, e todo o acervo de presentes será auditado pelo Tribunal de Contas da União.
Em 2021, o príncipe Mohammed bin Salman Al Saud entregou dois estojos com joias ao então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que representava Bolsonaro.
Porém, os objetos não foram declarados como presentes de Estado, o que levou à apreensão de uma parte deles pela Receita Federal.
Os itens restantes foram posteriormente incorporados ao acervo privado de Bolsonaro.
Quem é Marcelo da Silva Vieira
- De acordo com o Portal da Transparência, é um militar da Marinha que foi reformado em 02/07/2020, no posto de Capitão de Corveta.
- Marcelo da Silva Vieira teve uma carreira no serviço público atuando no setor de arquivos e documentos. Ele trabalhou no patrimônio da Presidência da República, no Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), desde a gestão do ex-presidente Michel Temer.
- Subiu de cargo em Janeiro de 2020 no governo Bolsonaro nomeado a diretor de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal do Presidente da República.
- Em junho de 2020, subiu de cargo sendo nomeado Chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal do Presidente da República.
- Foi exonerado do cargo no início do Governo Lula.
Busca e apreensão realizada pela Polícia Federal
A Polícia Federal realizou buscas na casa de Marcelo da Silva Vieira, capitão de corveta da reserva e ex-chefe do setor de documentação histórica da presidência, localizada no Rio de Janeiro.
Vieira era responsável por classificar os presentes recebidos pelo presidente, decidindo se eles deveriam ser mantidos por ele ou incorporados ao acervo da União.
Ele foi demitido em janeiro deste ano (2023), no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
A busca faz parte da investigação relacionada ao caso das joias e ocorre após Vieira depor e implicar o ex-presidente Jair Bolsonaro na tentativa de liberar os presentes.
Segundo o depoimento de Vieira, houve uma ligação entre Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da presidência) e ele em dezembro de 2022, discutindo a liberação das joias.
Vieira alega ter se recusado a assinar um documento para a Receita Federal liberar um conjunto de joias no valor de R$ 16,5 milhões.
Ele afirma que Cid solicitou que ele redigisse um ofício para incorporar as joias ao acervo da presidência, mas Vieira explicou que isso estava além de suas atribuições.
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